Como se descomprometer e ter mais tempo?

Jhonathan BrandãoDesenvolvimento Pessoal1 Comment

silhouette photo of woman against during golden hour

E aí, pessoal! Como estão? 

No meu texto sobre estratégias para melhorar a produtividade eu enumerei a priorização de atividades como uma delas.

Existem diversas ferramentas de gestão do tempo que são muito eficientes para melhorar sua produtividade e que podem te auxiliar na caminhada de crescimento pessoal e profissional.

Você também sente dificuldade para priorizar as atividades que são essenciais na sua vida e gostaria de ter mais tempo?

Neste texto eu quero falar sobre a nossa dificuldade inata de se descomprometer com algo que está consumindo nosso tempo e energia. Antes de aplicar qualquer técnica de gestão do tempo é preciso ter tempo disponível, concorda?

Então vou te mostrar uma estratégia para ganhar tempo!

Metade dos problemas da vida decorre de dizer sim depressa demais e não dizer não cedo o bastante.

Josh Billings, humorista americano.

A ferramenta Matriz de Eisenhower (Falaremos sobre ela em outro post) é eficiente para priorização de tarefas e pode te auxiliar a categorizar tarefas. Um dos quadrantes da ferramenta se trata de ELIMINAR o que não é importante e nem urgente. É aí onde aparece nossa dificuldade em se descomprometer.

Matriz de Eisenhower

Vamos entender um pouco sobre uma das armadilhas do comprometimento, encontrada no livro Essencialismo, que pode te atrapalhar na hora de eliminar atividades, projetos e iniciativas.

Vem comigo e aprenda como ter mais tempo!


O Jato Concorde é o avião de passageiros mais veloz do mundo. Ele era uma impressionante realização da engenharia aeronáutica, que bateu recorde do Guinness ao voar em apenas duas horas, 52 minutos e 59 segundos de Nova York a Londres. O que era menos da metade do tempo gasto por qualquer outro avião de passageiros da época.

Lamentavelmente ele foi também um tremendo fracasso financeiro. Deu prejuízo por mais de quatro décadas. Os governos francês e britânico fizeram sucessivos investimentos financeiros no projeto mesmo sabendo que a probabilidade de recuperar o investimento seria minúscula; com o número limitado de poltronas, pouco interesse do mercado e alto custo de produção da aeronave, ficou óbvio que, mesmo com estimativas exageradas, o projeto nunca seria lucrativo. Inclusive, a verdade é que quando liberados os documentos britânicos depois de 30 anos, foi revelado que os ministros da época sabiam que o investimento não se sustentava.


E o que essa história do Concorde tem a ver com descomprometimento?

O fenômeno psicológico muito comum chamado influência dos custos perdidos é uma das explicações pelas quais  autoridades inteligentes e capazes continuaram a investir numa proposta claramente fracassada.

Influência dos Custos Perdidos

influência do custos perdidos é a tendência de continuar investindo tempo, dinheiro e energia numa proposta que sabemos ser malsucedida só porque o que já gastamos é impossível de ser ressarcido.

Qualquer pessoa é vulnerável a esta influência. Ela explica por que continuamos a assistir um filme ruim só porque já pagamos pelo ingresso, por que continuamos a colocar dinheiro numa reforma de casa que parece não ter fim, por que continuamos aplicar dinheiro num investimento financeiro que não dá lucro, ou até por que investimos em relacionamentos mesmo quando o esforço dedicado só piora a situação.

Estas situações podem facilmente se transformarem em um ciclo vicioso: quanto maior nosso investimento, mais determinados ficamos em nos manter para ver se dá certo e se o investimento tem retorno.

Agora que te dei o problema você deve estar se perguntando como resolver essa equação e se livrar dessa armadilha, não é mesmo?

Você deve ter notado que pode sofrer dessa influência desde pequenas atividades realizadas diariamente até a grandes projetos que tenha se comprometido.

E agora? Como se descomprometer e ter mais tempo?

Alguns passos simples são extremamente úteis para que você possa eliminar o que neste caso não é essencial.

1. Se pergunte: “Se eu já não tivesse investido nesse projeto/iniciativa, quanto investiria nele hoje?”

A ideia aqui é você imaginar que não está envolvido no projeto, sendo um expectador, e vendo o que já foi investido nele. Você entraria no projeto e investiria mais? Neste caso você poderia facilmente perceber que este é um esforço que não vale a pena.

Eu mesmo passei por situação semelhante quando fundei uma empresa menos de um ano antes da pandemia de COVID-19 e que após as duas quarentenas veio o momento de tomar a decisão de continuar investindo ou não no projeto. E falo por mim que não é uma decisão fácil. Do momento do início da pandemia até o encerramento definitivo do projeto me fiz algumas vezes esse questionamento.

2. Pense: “O que eu poderia fazer com o tempo ou o dinheiro se pulasse fora agora?”

Nesse passo você pode avaliar como aproveitará melhor os recursos que estão sendo dedicados à iniciativa caso você saia.

Já utilizei essa estratégia quando me propus a cumprir metas que não estavam contribuindo para os meus objetivos de vida como, por exemplo, alcançar marcos em jogos eletrônicos.

3. Fique satisfeito em reduzir perdas.

Para nos libertarmos destas situações precisamos ter coragem e confiança para descomprometer-se, sejam quais forem os custos perdidos. Então após tomar a decisão veja pela perspectiva do que ganhou com a escolha. Mais tempo com a família? Disposição para o seu novo projeto empreendedor? A possibilidade de construir uma nova carreira?

Enfim…

Estes são sempre fatores pessoais e que você deve considerar como ganhos na hora de uma decisão que sabemos não ser simples.

Embora bastante comum esta não é a única armadilha do comprometimento. Caso seja um tema do seu interesse deixe seu comentário e quem sabe em breve também seja abordado aqui no blog.

Elimine aquilo que não é essencial e foque no que importa!